domingo, 13 de novembro de 2011

Trato Digestório


O Trato Digestivo



Introdução:

O sistema digestivo consiste no trato digestivo- cavidade oral, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus e suas glândulas associadas- glândulas salivares, fígado e pâncreas. Sua função é obter, a partir dos alimentos ingeridos, as moléculas necessárias para a manutenção, o crescimento e as demais necessidades energéticas do organismo.

A primeira etapa do processo complexo conhecido como digestão ocorre na boca, onde o alimento é umidecido pela saliva e triturado pelos dentes, formando pedaços menores. A digestão continua no estômago e intestino delgado, onde o alimento, transformado em seus componentes básicos (aminoácidos, monossacarídeos, ácidos graxos livres, monoglicerídeos, etc.), é absorvido.
A absorção de água ocorre no intestino grosso, tornando semi-sólido o conteúdo luminal ainda não totalmente digerido.



Cavidade Oral

A cavidade oral é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado, corneificado ou não corneificado, dependendo da região. A camada córnea protege a mucosa oral de agressões mecânicas durante a mastigação. Epitélio pavimentoso não corneificado reveste o palato mole, lábios, bochechas, e assoalho da boca. Nos lábios observa-se uma transição do epitélio oral não corneificado para o epitélio corneificado da pele. O palato mole possui no seu centro músculo estriado esquelético e numerosas glândulas mucosas e nódulos linfóides na submucosa.



Língua                      

A língua é uma massa de músculo estriado esquelético revestido por uma membrana mucosa cuja estrutura varia de acordo com a região.




Faringe

Uma região de transição entre a cavidade oral e os sistemas digestivo e respiratório, forma uma área de comunicação entre a região nasal e a laringe. A faringe é revestida por um epitélio pavimentoso estratificado não corneificado na região contínua ao esôfago e por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado.

A faringe contém as tonsilas. A mucosa da faringe também possui muitas glândulas salivares menores de secreção mucosa em sua lâmina própria, composta de tecido conjuntivo.



Esôfago

 É um tubo muscular, com função de transportar o alimento da boca para o estômago.É revestido por um epitélio estratificado não corneificado. Na submucosa é composta de glândulas esofágicas, cuja função facilita o transporte de alimento e protege a mucosa. Na lâmina própria da região próxima do estomago existe grupos de glândulas esofágicas da cárdia, que também secretam o muco. Na porção distal do esôfago a camada muscular consiste exclusivamente em células musculares lisas; na porção média, uma mistura de musculatura lisa e estratificada esquelética; na porção proximal, apenas fibras musculares estriadas esqueléticas. Apenas a parte do esôfago que esta na cavidade peritoneal é recoberta por uma membrana serosa. O restante é envolvido por uma camada de tecido conjuntivo.

 
Estômago                                                       
O estômago, similarmente ao intestino delgado, é um órgão que exerce funções exócrinas e endócrinas, digerindo o alimento e secretando hormônios. No estômago são identificadas quatro regiões: cárdia,corpo, fundo e piloro. As regiões do fundo e corpo possuem estruturas microscópicas idênticas.


 
Cárdia

A cárdia é uma banda circular estreita, com cerca de 1,5-3,0 cm de largura , na transição entre o esôfago e o estomago . Sua mucosa contem glândulas tubulares simples ou ramificadas, denominadas glândulas da cardis.  
Fundo e Corpo 

A lâmina própria nas regiões do fundo e corpo está preenchida por glândulas tubulares ramificadas. As glândulas possuem três regiões distintas: istmo, colo e base, já vista no desenho anterior.

Piloro

O piloro possui fossetas gástricas profundas, nas quais as glândulas pilóricas tubulares simples ou ramificadas se abrem. Comparada á regiões da cárdia, a região pilórica possui fossetas mais longas e glândulas mais curtas. 

Mucosa
A mucosa gástrica é revestida por um epitélio que sofre invaginações em direção á lâmina própria, formando as fossetas gástricas. A lâmina própria do estômago é composta por tecido conjuntivo frouxo contendo células musculares lisas e células linfóides. Separando a mucosa da submucosa adjacente existe uma camada de músculo liso, a muscular da mucosa. O epitélio que recobre a superfície do estômago e reveste as fossetas é colunar simples, as junções de oclusão entre as células superficiais e das fossetas também participam da barreira de proteção contra o ácido. 
 


a – Camada da mucosa
b – Camada submucosa
c- Camada muscular
SETA à 1 Fossetas 2 Istmo 3 Colo 4 Base


Intestino Delgado

O intestino delgado e o sitio terminal de digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção endócrina.

Membrana Mucosa

A mucosa do intestino delgado apresenta varias estruturas que aumentam sua superfície, aumentando assim sua área de absorção de nutrientes. Quando observado a olho nu, o revestimento do intestino delgado apresenta uma serie de pregas permanentes, em forma semilunar, circular ou espiral, que consiste em dobras da mucosa e submucosa. Estas pregas são mais desenvolvidas no jejuno e, e3mbora estejam freqüentemente presentes no duodeno e íleo, não são características destes órgãos. Já as vilosidades intestinais ou vilos são projeções alongadas da mucosa com cerca de 0,5-1,5mm de comprimento, em direção ao lúmen do intestino delgado. No duodeno possuem forma de folhas, gradualmente assumindo forma de dedos medida que se aproximam do íleo. O epitélio dos vilos continua com aquele das glândulas.

 Células absortivas são células colunares altas, cada uma com um núcleo oval em sua porção basal. No ápice de cada célula existe uma camada homogênea denominada borda estriada. Quando observada ao microscópio eletrônico, a borda estriada e vista como uma camada de microvilosidades densamente agrupadas.



Lâmina Própria á Serosa

A lâmina própria do intestino delgado é composta por tecido frouxo com vasos  sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e fibras musculares lisas. A lâmina própria preenche o centro das vilosidades intestinais, onde as células musculares lisas são responsáveis pelos movimentos rítmicos destas vilosidades, importantes para a absorção dos nutrientes. 




Intestino Grosso

O intestino grosso está adaptado para exercer suas funções: absorção de água, formação de massa fecal e produção de muco. A absorção de água é passiva, seguindo o transporte ativo de sódio pela superfície basal das células epiteliais.

Consiste em uma membrana mucosa sem pregas, exceto no reto. As glândulas intestinais são longas e caracterizadas por várias células caliciformes e absortivas e um pequeno numero de células enteroendócrinas.

As células absortivas são colunares e possuem microvilosidades curtas e inrregulares. A lâmina própria é rica em células linfóides e em nódulos que freqüentemente se estende até a submucosa.

 A camada muscular esta constituída pela camada circular e longitudinal. As fibras da camada longitudinal externa se unem para formar três bandas longitudinais espessas denominadas tênias do colo. Nas porções livres do colo, a camada serosa é caracterizada por protuberância pequena formadas por tecido adiposo – os apêndices epiplóicos.

 Na região anal, a membrana mucosa forma uma série de dobras longitudinais, as colunas retais (de Morgagni). Cerca de 2 cm acima da abertura anal a mucosa intestinal é substituída por epitélio pavimentoso estratificado. Nesta região, a lâmina própria contém um plexo de veias grandes que, quando excessivamente dilatadas produzem as hemorróidas.




Reto e Canal Anal

O reto, os últimos 20 cm do trato gastrointestinal.

reto é o único local do intestino grosso que apresenta     pregas da mucosa.

A função do reto é acumular as fezes, antes de serem eliminadas pelo organismo, através do ânus.

Os 2 a 3 cm terminais do reto são chamados de canal anal.

A região ano cutânea pode mostrar anexos tegumentares como folículos pilosos e glândulas sebáceas. A transição destas duas regiões é marcada pela mudança de epitélio de revestimento cilíndrico simples para estratificado plano.

A túnica mucosa do canal anal esta disposta em pregas longitudinais, chamadas colunas anais, que contêm uma rede de artérias e veias.

A abertura do banal anal para o exterior chamada de ânus é protegida por um esfíncter (Músculo anular contrátil que serve para abrir ou fechar vários orifícios ou ductos naturais do corpo) interno de músculo liso (involuntário) e um esfíncter externo (voluntario).

Normalmente o ânus fica fechado, exceto durante a eliminação das fezes. 
 
A região anal, a membrana mucosa forma uma série de dobras longitudinais, as colunas retais.

Cerca de 2 cm acima da abertura anal a mucosa intersticial é substituída por epitélio pavimentoso estratificado.

Nessa região a lâmina própria contém um plexo de veias grandes que quando excessivamente dilatadas e varicosas produzem as hemorróidas.






Período Fetal: Da Nona Semana ao Nascimento

Introdução:


Embora a transformação de embrião em feto seja gradual, a mudança de nome é relevante, pois significa que o embrião tornou-se um ser humano reconhecível e que já se forma todos os sistemas importantes. O desenvolvimento durante o período fetal esta basicamente relacionada com o rápido crescimento do corpo e com a diferenciação dos tecidos, órgãos e sistemas. Uma notável mudança que ocorre durante o período fetal é a diminuição relativa do crescimento da cabeça em comparação como do resto do corpo. A taxa de crescimento do corpo durante o período fetal é grande e durante as últimas semanas, o ganho de peso pelo feto é fenomenal. Períodos de crescimento contínuo se alteram com intervalos prolongados de ausência de crescimento.


Não há um sistema de estadiamento formal para o período fetal; entretanto é útil levar em consideração as mudanças que ocorrem em períodos de 4 a 5 semanas.

 Da 9ª a 38ª Semana

No inicio da nona semana, a cabeça constitui quase toda a metade do CR do feto, subseqüentemente, há uma rápida aceleração do crescimento do comprimento do corpo e no final de 12 semanas, o CR já é mais que o dobro.

9ª semana: Face larga, os olhos estão muito separados, as orelhas têm implantação baixa, pálpebras estão fundidas, pernas curtas e cochas relativamente pequenas, genitálias tanto do homem quanto da mulher assemelham-se, o fígado é o principal local da eritropoese (formação de glóbulos vermelhos do sangue) diminuindo esta atividade no inicio da 12ª semana.

10º semana: As alças intestinais são claramente visíveis na extremidade proximal do cordão umbilical.

11º semana: O intestino já retornou para o abdome, a formação da urina começa nesse período, sendo lançada no liquido amniótico. O feto reabsorve parte deste fluido depois de degluti-lo. Os produtos de excreção fetal são transferidos para a circulação materna cruzando a membrana placentária. 

12ª semana: Centros de ossificação primaria aparecem no esqueleto, especialmente no crânio e nos ossos longos, os membros superiores quase alcançaram seu comprimento final relativo, mas os membros inferiores ainda não estão tão bem desenvolvidos e são um pouco mais curtos do que o seu comprimento relativo final, eritropoese no baço.



13º semana: A genitália pode ser reconhecida entre 12 e 14 semanas na maioria dos casos.

14º semana: O movimento dos membros tornam-se coordenados, mas ainda são muito discretos para serem percebidos pela mãe, movimentos lentos dos olhos, o padrão de cabelos do couro cabeludo também são determinados nesse período.

16ª semana: A ossificação do esqueleto do feto é ativa e os ossos são claramente visíveis nas imagens de ultrasono, os ovários já se diferenciam e contem folículos primordiais como ovogônias, os olhos ocupam uma posição anterior da face  e não mais ântero-lateral, as orelhas externas estão próximas a sua de sua posição definitiva de ambos os lados da cabeça.



17º semana: O crescimento fica mais lento, mas o feto ainda aumenta o CR cerca de 50 mm, os movimentos fetais – pontapés – são percebidos com maior freqüência pela mãe, pele coberta por um material gorduroso, com o aspecto de queijo – verniz caseosa.

18ª semana: O útero esta formado e a canalização da vagina já começou. Nesta época, já se formaram muitos folículos ovarianos primordiais contendo ovogônias.

20ª semana: São visíveis as sobrancelhas e os cabelos, coberto por uma penugem muito delicada – o lanugo – que ajuda a manter o verniz caseosa presa à pele. A gordura parda forma-se durante este período e é o local da produção de calor, particularmente pelo recém-nascido. Os testículos começaram a descer, mas ainda estão localizados na parede do abdominal posterior, do mesmo modo que os ovários nos fetos femininos.



21ª semana: Começam os movimentos rápidos dos olhos e foram relatadas respostas de piscar por sobressalto com 22 e 23 semanas.

24ª semana: As células epiteliais secretoras dos septos interalvelares do pulmão começam a secretar o surfactante, um liquido tensoativo que matem que mantém aberto os alvéolos pulmonares em desenvolvimento. As unhas dos dedos das mãos também estão presentes. 

26ª semana: Os pulmões e os vasos pulmonares já alcançaram um desenvolvimento suficiente para realizar trocas gasosas adequadas, o sistema nervoso central nervoso já amadureceu ao ponto de dirigir os movimentos respiratórios rítmicos e de controlar a temperatura do corpo. As pálpebras estão abertas e o laguno e os cabelões estão desenvolvidos. As unhas dos dedos dos pés tornam-se visíveis e uma quantidade considerável de gordura já esta presente eliminando muitas rugas. A quantidade de gordura amarela aumenta cerca de 3,5% do peso corporal. O baço fetal torna-se um local importante de hematopoese, a eritropoese no baço termina com 28 semanas época na qual a medula óssea torna-se o principal local deste te processo.



30ª semana: O reflexo pupilar dos olhos à luz pode ser induzido. Geralmente, no fim deste período, a pele é rosada e lisa e os membros superiores e inferiores parecem gordos. 

35ª semana: Os fetos seguram-se com firmeza e se orientam espontaneamente à luz, o sistema nervoso está suficientemente maduro para efetuar algumas funções integrativas.



36ª semana: as circunferências da cabeça e do abdome são quase iguais, depois disso a circunferência do abdome é maior que da cabeça.

37ª semana: geralmente o tamanho do pé do feto é um pouco maior do que o comprimento do fêmur. Quando a termo de fetos normais geralmente apresentam cerca de 3.400 g e têm medida CR de 3.600 mm. 16% é gordura amarela de todo o peso corporal.

38ª semana: O feto tem 266 dias, após a fecundação; isto é, 280 dias ou 40 semanas após o ultimo período menstrual normal (UPMN). Cerca de 12% das crianças nascem 1 ou 2 semanas após a data esperada do nascimento.




  Referencias:

 JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

Moore, Keith L.
Embriologia clinica / Keith L. Moore, T. V. N. Persaud : com a colaboração de Mark G. Torchina  ; [tradução Andrea Monte Alto Costa... ET AL.]. – Rio de Janeiro : Elsevier, 2008 
Tradução de: The devoloping human : Clincally oriented embryology
Apêndice
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85-352-2662-1
1. Embriologia Humana. 2. Feto - Desenvolvimento. 3. Anomalias humanas. I. Persaud, T. V. N., 1940-, II.Titulo.

Componentes:


Karen Alves
Josefa Márcia
Sulsan Léa
Wendell Cardoso Medeiros